terça-feira, 28 de junho de 2016

Como a alimentação adequada auxilia nos sintomas da fibromialgia.




A Fibromialgia é uma doença crônica, bastante dolorosa, caracterizada por dor em diversas partes do corpo, em especial nas articulações, nos músculos e nos tendões, podendo apresentar rigidez muscular, alteração do sono (insônia, sonos leves), enxaqueca, transtorno de humor (ansiedade, depressão), prisão de ventre ou diarreia.
Apesar da doença não ter causa definida, pode ser provocada por distúrbios infecciosos, reumatológicos, neurológicos e até mesmo psiquiátricos, como distúrbios de ansiedade. O tratamento é multidisciplinar, ou seja, inclui medicamentos como antidepressivos, analgésicos e relaxantes musculares, além de psicoterapia, acupuntura, quiropraxia, terapia ocupacional, massagens e a terapia nutricional.
Por ser crônica, a síndrome acarreta impacto negativo na qualidade de vida de quem possuí a doença, devido às dores e aos efeitos colaterais por conta do uso prolongado dos medicamentos. A terapia nutricional busca introduzir alimentos que sejam fontes de determinados nutrientes que possam contribuir para melhorar os sintomas da doença. 
Muitos estudos mostram a relação entre aspectos nutricionais e a fibromialgia. Utilizar alimentos adequados para esta patologia alivia as dores, já que certos nutrientes são responsáveis pela síntese dos neurotransmissores (mensageiros cerebrais) associados à sensibilidade, dor e sensação de bem-estar. As modificações alimentares ajudam a reduzir a fadiga, melhoram a hidratação e a qualidade da evacuação, evitando problemas digestivos e aumento do peso, por vezes favorecido pelo uso dos medicamentos.
O uso de analgésicos por um longo período de tempo pode aumentar a eliminação de potássio e ácido ascórbico (vitamina C), resultando em uma deficiência de ferro e, posteriormente, em anemia. Por isso, legumes e verduras cruas como tomate, laranja e banana são importantes, pois fornecem potássio. Além de ser um potente antioxidante, a vitamina C é relatada na literatura como cofator essencial em pelo menos oito diferentes reações enzimáticas importantes na modulação da dor. O pimentão verde, couve, salsa, goiaba, laranja, limão, maracujá e acerola são ótimas fontes de vitamina C.
Os alimentos mais importantes na alimentação dos pacientes que sofrem de dor crônica, são os carboidratos e os que contêm triptofano, pois são substancias que fornecem a serotonina que é o neutrotransmissor capaz de reduzir a sensação de dor, diminuir o apetite, relaxar e até induzir e melhorar o sono. O carboidrato, encontrado em massas, pães, batata, milho, mandioca, cereais, frutas, mel, legumes, chocolate amargo e doces (este último com moderação). A ingestão dos chamados carboidratos complexos, presentes em pães integrais e massas, são os mais indicados
Já o triptofano (aminoácido responsável pela síntese de serotonina) é encontrado em alimentos como carnes magras (peito de peru, peito de frango e peixe), leite e derivados, nozes, leguminosas e banana.
As proteínas, ferro, cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B completam a dieta adequada para esta doença. Uma baixa ingestão de proteínas faz com que nosso corpo utilize nossas reservas musculares para adquirir os aminoácidos necessários para os processos metabólicos, deixando os músculos ainda mais sensíveis.
O consumo de alimentos que sejam fontes de magnésio mostra-se importante, uma vez que esse mineral atua no relaxamento dos músculos. Cereais integrais, vegetais verde-escuros, nozes, damasco seco, gérmen de trigo, grãos de soja, carnes, salmão, aveia, arroz integral e leite são alimentos que contêm o mineral. 
O ômega-3 (A-DO-RO), além de proteger o coração e as artérias, auxilia na redução do colesterol, mantém os níveis da pressão arterial, fortalece o sistema imunológico, auxilia nos tratamentos contra depressão e ainda atua como anti-inflamatório, o que é importante para a melhora do quadro sintomático da fibromialgia. É encontrado em peixes de água fria, salmão, atum, arenque, bacalhau, sardinha, óleos de peixe, sementes de linhaça, abacate. Dessa forma, faz-se necessária uma alimentação equilibrada, rica em alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios de forma a auxiliar no tratamento da fibromialgia. A alimentação anti-inflamatória é uma solução simples de ser adotada e os resultados têm se mostrado satisfatórios no alívio dos sintomas.
Alguns alimentos considerados com alto poder de alergenicidade como ovos, nozes, produtos lácteos e carne vermelha devem ser evitados, assim como os alimentos com alta concentração de açúcar. Estes alimentos podem aumentar a fadiga, dor muscular e interferir nos padrões normais do sono. O açúcar e os alimentos ricos em sacarose como balas, doces e confeitos possuem alto poder inflamatório e não são indicados para o portador da fibromialgia.
Bebidas alcoólicas, as gorduras saturadas (gorduras de carnes, de laticínios como creme de leite, manteiga) e gordura trans (encontrada em alimentos como salgadinhos, bolos, sorvetes industrializados) também devem ser evitados. O uso do adoçante aspartame assim como o consumo de glutamato monossódico e de corantes é contraindicado, uma vez que existem estudos que já relacionam a piora dos sintomas após o consumo desses alimentos. Assim, ficar de olho no rótulo e preferir alimentos naturais é sempre uma boa opção!
Vale lembrar que a alimentação nos permite diversas possibilidades e que produtos à base de trigo, por exemplo, pode ter o consumo alternado com alimentos como quinua, arroz, amaranto. O benefício dessa conduta é evidente uma vez que o maior consumo de proteínas vegetais e o menor de fontes animais têm sido apontados como opção de tratamento nutricional.
Atenção para o resumão de dicas importantes:
– Importante praticar atividade física;
– Consumir produtos ricos em ômega-3, uma gordura muito importante para reduzir a inflamação e depressão. Presente em peixes como atum, sardinha, salmão, linhaça dourada, abacate;
– Aumentar o consumo de vegetais verde-escuros e frutas. Você terá a oferta de vários nutrientes, mas principalmente o magnésio que ajuda a relaxar os músculos e a diminuir a dor;
– Consumir proteínas vegetais e animais de boa qualidade como peixes, lombo, pernil, frango e ovo;
– Procurar ajuda de uma nutricionista!
O efeito dos nutrientes não é imediato e a alimentação é apenas uma parte de todo o tratamento. Modificações na dieta devem ser feitas gradativamente, com o objetivo de incorporar as modificações propostas, sempre visando a qualidade de vida do paciente.
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Dra Mayra Montelato
Nutricionista
(13) 99177-7264

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Seu filho bebe água suficiente?




Você sabia que mesmo uma desidratação leve, dessas que quase não percebemos, pode causar dores de cabeça, irritabilidade, cãibras, prisão de ventre, cansaço, fadiga física e mental? As crianças, por exemplo, podem até ter o desempenho escolar prejudicado por estarem tomando pouca água ao longo do dia.
A água é necessária para auxiliar na digestão, na absorção dos nutrientes, para nossos músculos terem força, para o cérebro pensar melhor, para que o sistema circulatório e o metabolismo funcionem e é de extrema importância para a regulação da temperatura corporal e na remoção das toxinas pelos rins, evitando pedras e infecções urinárias. Enfim, o corpo precisa de água para funcionar!
Muitas crianças e adultos substituem a água por sucos (na maioria os industrializados), chás, leites ou até mesmo refrigerantes. A hidratação do corpo deve ser feita com água e nenhuma outra bebida a substitui. Incentivar crianças a tomarem água, também faz parte da boa formação de hábitos saudáveis.
Não devemos confiar sempre na sensação de sede da criança. Mães sabem como as crianças se distraem e o quanto elas fogem das necessidades para continuarem brincando, portanto, oferecer água várias vezes ao dia, ajuda muito a melhorar a hidratação.
Para mantê-los hidratados aí vai um esquema simples para hidratação dos pequenos e dos grandes também! Cada vez que for oferecer água para a criança, aproveite e beba você também!
  • Bebês de 6 meses a 2 anos de idade: oferecer água 5 vezes ao dia, aproximadamente. Consumo de cerca de 30 a 60 mL por vez.
  • Crianças de 2 a 5 anos de idade: oferecer água 6 a 8 vezes ao dia, aproximadamente. Consumo de cerca de 100 a 150 mL por vez.
  • Crianças maiores e adolescentes: 6 a 8 vezes ao dia, aproximadamente. Consumo de cerca de 200 a 300 mL por vez.
  • Adultos: 8 a 10 vezes ao dia, aproximadamente. Consumo de cerca de 200 a 300 mL por vez.
Bebês de com menos de 6 meses de idade em amamentação exclusiva NÃO TEM NECESSIDADE de oferecer água, chá e suco, pois já recebem toda a água que precisam no leite materno. A partir dos seis meses de vida, com a introdução dos alimentos, já precisam tomar água para ajudar no funcionamento dos rins e do sistema digestivo.
Lembrando que a água oferecida deve ser filtrada e que não precisa ser água especial, mineral nem nada muito complicado ou caro.

Dra. Mayra Montelato
Nutricionista
(13) 99177-7264

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Uma visão nutricional do Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade TDAH



 

Esses dias eu estava conversando com uma mãe na fila de uma competição de nerf (mães de meninos entenderão)  e ela estava me contando sobre seu filho com TDAH, sobre as dificuldades, os sintomas, como descobriu, os medicamentos e fiquei pensando... Será que as mães/pais sabem que também é possível melhorar os sintomas destes transtornos através da alimentação? Então resolvi falar sobre isso para ajudar. Se ao terminar de ler, você gostar e achar que este post poderá ajudar outras pessoas, por favor, compartilhe! Quanto mais informação as pessoas tiverem, melhor é o tratamento e a prevenção.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de neurodesenvolvimento mais comumente diagnosticado na infância. Seus sintomas são: desatenção, impulsividade e hiperatividade. A hiperatividade infantil, com ou sem distúrbio de concentração e aprendizagem, tem como uma das suas principais causas desequilíbrios nutricionais, intoxicações por metais, carência de ácidos graxos essenciais e hipersensibilidades alimentares.
Estudos demonstram redução de 30% a 50% dos sintomas de TDAH em crianças após ações como dietas de exclusão de aditivos alimentares (corantes e conservantes artificiais) e consumo de alimentos fontes de ômega 3. Por outro lado, relacionam o aumento do nível de deficiência de atenção e hiperatividade ao consumo de açúcar simples.
É fato já provado que a alimentação da gestante e lactante influência em vários fatores relacionados ao desenvolvimento do feto e do bebê, assim como pode ter impacto sobre o desenvolvimento de sintomas de TDAH, onde a deficiência de nutrientes como zinco, ferro, magnésio, iodo e ácidos graxos essenciais, principalmente ômega 3/DHA, necessários para o desenvolvimento e função cerebral podem contribuir para aumentar o risco.
A deficiência de ferro está associada com diversos distúrbios neurológicos como desatenção, hiperatividade e impulsividade. Baixos níveis de zinco também podem favorecer a evolução do TDAH. A suplementação de cálcio, magnésio, ferro e vitaminas do complexo B têm demonstrado melhora no funcionamento mental e concentração.
Para promover a melhora dos sintomas alguns fatores devem ser modificados na alimentação de um portador de TDAH. A suplementação de ômega 3 e 6 têm demonstrado ótimos resultados na diminuição dos sintomas, assim como uma dieta com menor quantidade conservante, açúcares simples (presente nos bolos, doces, sorvetes e guloseimas) e maior teor de fibras (presente nos alimentos integrais, frutas, etc.) contribui para a concentração e diminuição da agitação.
A nutrição personalizada, ou seja, a nutrição com foco na prevenção por meio de uma alimentação balanceada e própria para cada tipo de patologia, pode oferecer respostas eficazes, pois trabalha diretamente na causa, por meio da terapia nutricional que corrige erros alimentares e promove um desenvolvimento menos dependente de medicamentos.

Dra Mayra Montelato
Nutricionista
(13) 99177-7264