Enfim
chegou o tão esperado momento da introdução de alimentos para o seu bebê.
Depois de seis meses, além de mamar, ele também vai poder comer. E o melhor,
não precisa ser só você a alimentar seu filho (a), não é mais uma tarefa que só
você poderá fazer. Os avós, o papai, tias, a madrinha e amigos também poderão
participar da alimentação. Maravilhoso não? E você lá, super ansiosa, certo? Como será que
ele vai reagir? Será que vai gostar?
Até o
momento que começam as dúvidas e os palpites da família, vizinhas e amigas. “Não
dê de mamar na hora da refeição, se não o bebê não vai querer comer. Depois de
comer, não pode dar de mamar, pois o leite interfere na absorção dos
nutrientes!”. E aí vira uma confusão na
sua pobre cabecinha inexperiente (caso seja o primeiro filho). O bebê chora porque
quer mamar, você não deixa porque está quase na hora de comer a papinha. Aí ele
cospe tudo, porque está acostumado com o leite materno. Claro que nem sempre é
assim que acontece, mas para algumas mães, funciona assim e às vezes pior.
E o que
era para ser uma experiência divertida, acaba virando um Deus nos acuda, cheia
de frustração. Então como nutricionista e mãe, resolvi ajudar as mães que
precisam, passando algumas dicas fáceis, simples e baseadas na ciência para
ajudá-las na introdução alimentar complementar do seu filho(a).
A
alimentação complementar tem esse nome porque complementa o leite materno, e
não o substitui. Já contei em outras postagens que o leite materno é o alimento
mais perfeito que existe. Ele alimenta e hidrata seu bebê, mas chega um momento
que o bebê precisa complementar essa alimentação para continuar crescendo, se
desenvolvendo e aprendendo a socializar, porque alimentação também faz parte da
socialização das pessoas.
Assim
como no início da amamentação logo no pós-parto, a produção de leite se adapta
às novas necessidades do bebê, também irá se adaptar, quando o bebê estiver
consumindo parte dos nutrientes que necessita pelos alimentos.
Na
introdução da alimentação complementar, não pule as mamadas. Você pode
amamentar seu bebê, sem nenhum prejuízo. Ele vai sentir necessidade de comer
novos alimentos, pode não ser na quantidade que você deseja que ele coma, mas
um pouco ele sempre vai comer. Aprenda a perceber quando o bebê está
satisfeito. Ele não tem necessidade de comer o pratinho de papinha todo. Nos 2
a 3 primeiros meses da introdução alimentar essa adaptação é mais intensa,
portanto, não pule as mamadas.
E o leite
na hora das grandes refeições (almoço e jantar) não interfere na absorção dos
nutrientes? Sim! O cálcio presente no leite e derivados interfere na absorção do
ferro presente nos grãos, vegetais e carne. Mas isso vale apenas para o leite
de vaca e derivados, não vale para o leite
humano. Agora para os bebês que tomam leite artificial, a recomendação é
diferente! É bom que só ofereça o leite artificial após 2 horas do almoço e
jantar, que são as refeições que contém ferro.
Se você
amamentar antes da refeição, pode ser que o bebê coma menos, ou não. Mas uma
coisa é certa, se ele comer menos do que precisa nessa refeição, vai compensar
o déficit seja mamando mais ou comendo mais na refeição seguinte. Talvez, digo
talvez, porque cada caso é um caso e cada bebê é um bebê, se você negar o peito
e insistir na papinha, ele vai chorar bastante e é muito provável que recuse
totalmente a refeição.
Se ele
quiser mamar, deixe, permita! A probabilidade de ele aceitar a papinha após a
mamada é maior. Tenha em mente que como nós, tem dias que eles estão mais difíceis,
portanto, terá dias que o bebê aceitará atrasar a mamada e comer alimentos sólidos,
e tem dias que não. Como já disse, respeite os sinais que o bebê te dá, como o
de fome, saciedade, vontade de experimentar novos alimentos, humor, sono e até
o clima, porque tudo isso interfere na alimentação.
O leite
materno ainda nutre o bebê depois dos 6 meses, por isso recomenda-se a
amamentação complementar até os 2 anos de idade. Não só nutre como ainda tem
todos os fatores de imunidade importantíssimos para a saúde dele. O único
nutriente que acaba ficando um pouco em falta no leite materno depois dos seis
meses de vida é o ferro. Por este motivo, o Ministério da Saúde suplementa com
ferro todas as crianças de 6 a 18 meses de idade, para evitar a anemia nesta
faixa etária.
Nutricionista
Mayra Montelato
(13) 99177-7264
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